Na esteira de gigantes como Amazon, Microsoft e Meta, o Google anunciou que vai abandonar sua política de diversidade, equidade e inclusão (DEI) para contratação. Por e-mail, a empresa informou a seus funcionários que manterá equipes diversas em seus escritórios, mas não terá mais como meta ampliar a representatividade interna.
“Em 2020, estabelecemos metas ambiciosas de contratação e nos concentramos em expandir nossos escritórios fora da Califórnia e de Nova York para melhorar a representatividade”, disse Fiona Cicconi, diretora de recursos humanos da Alphabet, em um e-mail para a equipe na quarta-feira (5), segundo o jornal Wall Street Journal. “Mas, no futuro, não teremos mais essas metas”.
Desde 2020, quando a cultura woke ganhar força a partir do movimento “Black Lives Matter” (em português, “Vidas Negras Importam”), o Google foi uma das empresas que mais abraçou a bandeira da diversidade. Na época, o presidente-executivo, Sundar Pichai, estabeleceu a meta de aumentar, até 2025, em 30% o número de líderes vindos de grupos sub-representados.
De fato, a empresa avançou nessa questão. Segundo o Wall Street Journal, o relatório de diversidade do Google de 2024 mostrou que, de 2020 a 2024, a proporção de funcionários negros da empresa nos EUA subiu de 3,7% para 5,7%, enquanto a de latinos aumentou de 5,9% para 7,5%.
Agora, porém, o Google disse que está revisando subsídios, treinamentos e iniciativas relacionados ao DEI, incluindo aqueles que “aumentam o risco (do negócio) ou que não são tão impactantes quanto esperávamos”.
A companhia norte-americana também avalia as recentes decisões judiciais e ordens executivas do presidente Donald Trump, uma vez que é prestador de serviços federais. Assim que reassumiu o comando da Casa Branca, Trump encerrou os programas de diversidade e inclusão do governo federal.
“Como somos um contratante federal, nossas equipes também estão avaliando mudanças em nossos programas necessárias para cumprir decisões judiciais recentes e ordens executivas dos EUA sobre esse tema”, afirmou Cicconi no e-mail.
Empresas como a Meta (dona do Facebook, Instagram e WhatsApp), Amazon, Walmart, Toyota e Disney também já anunciaram a descontinuidade de seus programas de DEI.
No entanto, a decisão dessas empresas não se deve apenas às novas diretrizes do governo americano. O movimento pelo fim da do filtro da diversidade nas contratações e agenda corporativa começou em junho do ano passado, em parte influenciada por campanhas promovidas pelo influenciador de direita Robbie Starbuck, e em parte pela pressão de consumidores desgostosos com a militância woke.
A rede de varejo Target, que também encerrou suas metas de DEI, por exemplo, foi processada por um grupo de acionistas que a acusou de ter ocultado e fraudado os riscos associados às suas políticas de DEI, segundo a BBC. A ação era referente à venda de produtos LGBTQ+ em suas lojas, o que fez com que suas vendas e o preço de suas ações caíssem.
noticia por : Gazeta do Povo