13 de janeiro de 2025 - 2:40

Suspeito por veneno no arroz é investigado por mortes semelhantes em agosto

O padrasto tinha um relacionamento conturbado com os enteados. Segundo o delegado Abimael Silva, Francisco nutria um ódio particular por Francisca Maria, uma das vítimas.

Ele teria manifestado a raiva pela enteada no leito de morte. Segundo o delegado, Francisco não escondia o desprezo por Francisca, mesmo quando ela já estava gravemente debilitada no hospital. Esse comportamento reforça a hipótese de um crime premeditado e motivado por sentimentos de raiva.

Desprezo e ódio pelos enteados são apontados como a principal motivação. Durante os depoimentos, Francisco teria descrito Francisca com termos depreciativos como “boba”, “matuta” e “inútil”. Ele também chamou os filhos de sua esposa de “primatas” e demonstrou incômodo constante com a presença deles.

A investigação indicou a presença de veneno no arroz. O terbufós é um agrotóxico de uso restrito no Brasil, autorizado apenas para aplicações agrícolas. Sua comercialização é permitida apenas para produtores rurais devidamente cadastrados e treinados para seu manuseio seguro.

Apesar das restrições, há registros de comercialização ilegal de terbufós no Brasil. Ele é vendido irregularmente na forma do chamado “chumbinho”, um veneno clandestino utilizado como raticida, segundo a Anvisa. A venda e o uso do “chumbinho” são proibidos e configuram crime, devido aos graves riscos à saúde pública.

Contradições nos depoimentos levantaram suspeitas. Francisco forneceu três versões diferentes sobre seu contato com a comida. Primeiro, negou ter se aproximado da panela, depois admitiu, e, por fim, negou novamente ter orientado o uso do arroz.

noticia por : UOL

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